Entre Cores e Silêncios
- Rosi Alves

- 28 de mai.
- 1 min de leitura
Atualizado: 14 de ago.
Escolhi o lugar mais vazio. Ao longo da tarde avistei casais que se sentavam longe, conversavam um tempo e iam embora. Houve um pedido de casamento, breve e modesto. Entre alguns intervalos, um segurança aparecia pra se certificar de que a proibição de alimentos no local estava sendo seguida.
Numa das vezes, ele me olhou e perguntou: “Você é uma pintora de verdade?” voltando agora à cena, lembro apenas de um sorriso. Achei qualquer resposta muito complexa.
Depois de algum tempo já não havia nenhuma voz por perto, nem as minhas. Tudo que eu pensava eram cores e medidas. Eu brincava com as horas enquanto o sol seguia seu curso, mudando os tons, as luzes e o calor. Eu sentia o ar e a tela me sentia, alheias ao resto do mundo. Foi natural, simples, pacifico.
Lá pelas 18h decidi encerrar a experiência. Encontrei de novo o segurança, que olhando a pintura, comentou: “E não é que ela é mesmo uma pintora de verdade!” Sorri de novo. Em parte, pelo tom de elogio, em parte por inveja da conclusão vinda de apenas uma tela, enquanto pra mim, não bastava a vida inteira.
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